Os Medonhos fazem parte daqueles grupos de bandas que você ouve apenas uma vez e já se vicia. Os caras estão na ativa desde os anos 90, e mesmo dando um tempo, o que é comum hoje em dia, o pessoal ainda desperta curiosidade nas mentes das novas gerações.
Bati um papo com o Thiago Rabêlo, vocal dos Medonhos, torcedor do Sport e amigo de longa data.
O estilo é Horror Punk, e a banda vem direto de Recife, ou Hellcife, se preferirem.
————————————————————–
POPEYE – A banda tem quantos anos de estrada?
THIAGO- O 1 ensaio foi no dia 1 de abril de 1999. Ou seja 17 anos.
POPEYE – Quando vocês começaram, como era o cenário horror punk da época?
THIAGO – Em 99 a gente era uma banda de hardcore, e nem sacavamos horrorpunk, vim conhecer misfits no final de 99, quando eles lançaram o famous monsters, ali foi o start do rumo que a gente queria seguir, pois banda de punk / hardcore de protesto, Recife já tinha demais, queríamos fazer algo diferente. Então a mudança só veio acontecer msm em 2002, quando o vocalista da Catakrisma saiu, e começamos o projeto Os Medonhos, começamos a gravar o 1 disco e em 2003 ele foi lançado. Cena horrorpunk no NE não tinha nos anos 90, no começo dos anos 2000, eu comecei a pesquisar sobre a cena horrorpunk e psychobilly que rolava em SP e Curitiba.
POPEYE – Existia alguma banda daquela época que vocês achavam realmente boa?
THIAGO – Naquela época não tinha nenhuma banda de Horrorpunk em Recife, tinha uma o outra que tocava uma música de misfits no seu repertório. Em 2004, com a chegada do Orkut e youtube, eu comecei a trocar ideias com outras bandas do sul e sudeste, que foi uma ótima influência para o nosso 2 disco. O que me chamava a atenção naquela época, é que a maioria das bandas de horrorpunk eram imitações do Zumbis do espaço, até o tom da voz era igual ao do Tor, e eu sempre queria fazer algo diferente. Então eram poucas bandas que eu realmente gostava, das que eu me lembro agora, eu curtia o pessoal da Rotten horror de Sergipe e El Dia de Los Muertos de Minas Gerais. Tinha uma galera de SP que sacava muito de horrorpunk me ajudou bastante dando dicas de som e filmes e então em 2005 saiu o Me tornei um outro ser e ficamos com o titulo da 1 banda de horrorpunk de Hellcife.
POPEYE – Como foi o trabalho de composição dos trabalhos passados?
THIAGO – No começo dos Medonhos a gente tava numa transição do hardcore pro street punk, você pode ver que a maioria das músicas do 1 disco são de protesto só tendo 1 de horror, pois tínhamos as músicas prontas, com as letras do ex vocalista e do meu irmão, e tínhamos muita pressa pra gravar. Em 2005, as letras foram minhas, e as músicas o Dr. Ross me ajudou a lapidar. Com o processo de composição das letras, a troca de informações na comunidade horrorpunk do orkut foi muito importante, eu já conhecia Misfits e Balzac, e lá eu conheci bandas como: Blitzkid, Crimsom Ghosts, Calabrese, Grave Robber, entre outras. Além de na época eu continuar escutando muito Oi!, Rockabilly e Country, isso me influenciou bastante nas músicas. Eu também estava assistindo muitos filmes de terror, e pesquisando bastante sobre diretores, filmes B, gore e etc.
POPEYE – A banda está parada no momento. Existe a possibilidade dos Medonhos voltarem à ativa ou vocês pararam de vez?
THIAGO- Bom, a banda ta parada, mas não acabou, como qualquer zumbi que se prese, a qualquer momento a gente ressuscita e espalha o terror novamente.
POPEYE – Vocês já tem músicas compostas para o novo trabalho? Quando pretendem gravar?
THIAGO – Estamos com 1 musica 100% pronta, que inclusive tocamos ela nos últimos shows, e temos umas 4 inacabadas, que só falta tempo pra sentar e terminar. Além de uma versão de uma música do Sertão Sangrento que a gente tá querendo regravar.
POPEYE – Já a algum tempo eu tenho percebido que vocês estão sendo muito citados pelas bandas novas. Sempre vejo entrevistas em que a galera fala que tem muita influência dos Medonhos. O que você acha disso tudo e qual o recado que você deixa para as novas bandas que estão começando no horror punk?
THIAGO – Bicho, se eu dissesse que não fico orgulhoso, eu estaria mentindo, a felicidade é muita em ver que a moçada se inspira na gente assim como eu me inspirei no Misfits, Balzac, Zumbis do Espaço e as demais bandas. Lembro que uma vez o ex baixista da The Other, o Andy Only, veio no nosso finado My Space elogiar o som da banda, eu fiquei alucinado, sem acreditar. Esse tipo de coisa só mostra que a gente está no caminho certo, atuando ou não, sempre vamos estar inseridos no movimento e torcendo pelas novas bandas que estão surgindo. O recado que eu deixo para as novas bandas é que ela seja autentica, não procure ser a cópia de uma banda que você gosta, infelizmente isso acontecia muito no começo da década passada. Junte tudo aquilo que você gosta e faça do seu jeito, procure ler, pesquise não só sobre bandas, mas filmes, diretores, livros, escritores, casos reais, tudo isso ajuda na hora de uma composição. Enfim, desejo muito ver essa zumbizada detonado e sendo influência para as futuras bandas que estão por vir, pois o mal nunca morre. Vida Longa ao Horrorpunk.
Stay Dead!
